A enorme bola de fogo pôs-se a descer do alto dos céus, seguida por um rastro de luz que varria toda a vasta escuridão noturna, dividindo-a, cortando-a, enquanto ameaçava fazer o mesmo com cada uma das almas que o observavam, tenebrosas. E, quando a bola atingiu o chão, foi como o amanhecer, como se o próprio Sol tivesse despertado no meio da madrugada e se precipitado sobre a Terra. A noite virou dia, e a luz cegou aqueles mesmos olhos suplicantes, que agora suplicavam apenas que fosse rápida a morte, e que realmente pudessem habitar um lugar melhor.
Um enorme estrondo ecoou, minutos depois da bola de fogo ter atingido o solo. Primeiro veio o vento, impiedoso, arrastando tudo o que estivesse pelo caminho, e, com ele, uma onda de mais de 10 metros, não de água, mas de terra; varrendo o que sobrasse, se é que poderia sobrar algo. E, então, todos os olhos finalmente se fecharam.
Gabriel Valeriolete
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